2 de dez. de 2010

Foi ingenuidade da assessoria de imprensa

Ainda que se evoque o exercício da ética profissional,tudo é negociável no mundo corporativo. Menos informação quente, de qualidade, para a imprensa diária.Explico porque. Qual jornalista hoje minimamente antenado, inquieto como deve ser, na lida com conteúdos que vêm de todas as direções, guardaria um "furo" para o dia seguinte? Quem, em sã consciência, numa redação de grande jornal que trabalha com noticias em tempo real na internet, obedeceria a um assessor para segurar, embargada, uma informação com data certa para ganhar dimensão pública? Não sei quem são, mas os assessores que subiram ao palco, ontem, para explicar como vazou o resultado dos vencedores do Festival de Cinema de Brasília,fizeram feio para a classe. Meu Deus, com esse monte de gente fazendo o trabalho de repórter-cidadão, passando notícia pelo celular, pelas redes sociais, em linha e tuitando com redações de rádios e tvs e sites....como uma assessoria de comunicação se fiaria em negociar com os editores o timing de divulgação do um resultado oficial? Na briga por sair na frente, acho que a Folha fez seu papel, apesar de "trair" a assessoria. A Folha de SPaulo publicou on line o release cuja essência deveria estar nos jornais do dia seguinte. E essa prática causou um caos na organização do evento, uma vez que os candidatos souberam pela imprensa o que os organizadores teriam a primazia de oficializar. Voltando ao mundo real dos assessores de imprensa: há casos e casos para se negociar exclusividade e se disparar generalidades, ainda que o cliente grite mais alto. Mais do que prezar a vontade do cliente e confiar nos amigos repórteres que são nosso par em bares e festas culturais, vale a máxima dos tempos de past up, não muito longe de Gutemberg: jornalista não é amigo, é profissional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário