PORTA-VOZ NAS NUVENS: DO MEGAFONE AO MEGABYTE
Estava eu aqui, pensando num jeito novo de mudar o site da Porta-Voz e me flagrei 20 e tantos anos atrás, meiguinha e sonhadora, na mesa de um restaurante, desenhando um megafone num guardanapo de papel.
Tomas Fischer era meu sócio e o irmão dele, o advogado George Fischer, expert em direito digital, arriscava como seria o nosso portfólio de clientes quando o mundo corporativo descobrisse o segredo que promoveríamos: o uso da assessoria de imprensa como ferramenta de gestão de negócios.
Repasso a história de assessorar da minha empresa, a Porta-Voz, porque a agência de publicidade criativa que contratamos para um trabalho de realinhamento, a Dznhando Ideias, me pediu uma síntese do que somos e queremos para os próximos cinco anos. Uau! Vou ver se consigo, nesse exercício, fazer um começo e um meio da vida e obra de minha empresa.
Primeiro, eu mesma, quando jornalista de redação, achava que os divulgadores que recebia – e era das poucas que autorizavam a subida deles - eram ingênuos e chatinhos, sem técnica, sem conhecimento do que trabalhavam para emplacar seus releases como notícia. Logo, não eram ouvidos nem nas súplicas pela benevolência de algum editor ao dar o que promoviam e muito menos quando sugeriam algum jabá (presentinho amigo ) como recompensa pela atenção dispensada.
Muitas vezes condenavam ao lixo um release que poderia ser tema de uma reportagem focalizando o produto que queriam enaltecer. Foi mostrando aos divulgadores o “caminho das pedras” para transformar fato em notícia, que resolvi mudar de lado do balcão e virar assessora.
VOZ A QUEM PRECISA SER OUVIDO
Fui atrás das fontes que ouvia para apurar as histórias que escreveria, como as empresas de bens de consumo, turismo, hospitais, fabricantes de cosméticos.... e então montei uma operação para atender jornalistas interessados nos conteúdos que as corporações detinham, mas não sabiam direito como mostrar.
E não era uma agência de notícias, mas o que hoje chamam De Relacionamento com a Mídia. O mercado parecia pedir a prática, uma vez que havia falta de interlocutores de qualidade para a gestão dessas informações essenciais. Eu apenas era facilitadora, atuando numa variação do meu ofício: dar voz a quem precisava ser ouvido ou lido. Não era fácil, porque até o final dos anos 90 existia na imprensa o preconceito de que assessor era jornalista ruim, ajeitado nos departamentos de marketing, frustrado com a carreira escolhida.
Foi assim que surgiu a Porta-Voz. De uma atitude gerada por um incômodo, uma vontade de mudar a relação entre as companhias, seus valores e o status quo do meio ambiente jornalístico. Vontade de por a boca no trombone, ops, no megafone.
A Porta-Voz encarou a briga de tornar a comunicação com a imprensa um dos principais recursos de gerenciamento o mundo empresarial. E, com certeza, tirou o nariz torto da cara dos jornalistas de redação, à percepção da figura e contribuição dos assessores de imprensa sérios. Megafone neles.
Claro que houve erros, mas a assessoria sempre teve –tem- um plano B para aplicar. Construir relacionamentos fortíssimos, de mão dupla, criando soluções possíveis, medindo a temperatura das ações e dos públicos. Essa é a ideia que a agência cultiva, aprendendo e empreendendo.
Numa palavra, pensamos sempre em facilitar. Vemos o cliente empresa, o cliente jornalista e o cliente interno, o nosso colaborador, como um todo cheio de partezinhas. Se me pedirem uma imagem para isso, ousaria traçar um polvo cheio de tentáculos em movimentos colaborativos, uma orquestra com um regente bacana que a cada concerto sente que pode melhorar a performance, ouvindo o som de cada instrumento. Tudo com técnica, ensaio, afinação, sensibilidade, empenho, alma, crença no melhor, e no que eu particularmente chamo de “a batida perfeita”.
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